sexta-feira, 7 de agosto de 2009

NOVIDADE EDITORIAL

O romance de D. Pedro e Inês de Castro continua actual e a inspirar os artistas. Em Junho de 2009 foi publicado mais um livro intitulado A história de Inês de Castro. Com texto de Ângelo da Silva e ilustrações de José Emídio, da editora Letras & Coisas, o livro (acompanhado de CD) resulta de um projecto do autor, músico, compositor e guitarrista, que aliou texto à música sendo que a narração é intercalada por temas instrumentais e canções que conduzem o leitor/ouvinte à época medieval.
O prefácio, da autoria de Nuno Higino, remete para outras estórias de amor semelhantes mas acentua que esta estória foi "um acontecimento único e sem exemplo. Mais do que um contra-tempo, a história de Pedro e Inês aconteceu em contra-tempo, resultado de um violento choque contra o tempo." (pág. 11)
A interpretação dos poemas musicados deve-se a:
  • Ângelo da Silva (viola dedilhada, viola braguesa e cavaquinho brasileiro)

  • Bruno Ribeiro (viola dedilhada)
  • Elsa Rousselle (voz)
  • Natasha Quadros Veibert (voz)
  • Ana Barros (voz)

Mais informação, no jornal Labor.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

ENTREGA DE PRÉMIOS

Decorreu, hoje, a entrega de prémios aos alunos e escolas que chegaram à final do concurso Pedro e Inês. A cerimónia decorreu na belíssima Quinta das Lágrimas e os grupos foram principescamente recebidos. Os blogues/sites premiados , apresentados pelos respectivos autores, foram muito elogiados pela grande qualidade do trabalho.





terça-feira, 19 de maio de 2009

OUTROS AMORES ETERNOS

Para relembrar alguns pares amorosos da História e da Literatura, a BE incluiu no seu Plano Anual de Actividades um concurso de imagem (desenho, pintura ou power point) para reconto da história dos pares amorosos seleccionados para cada ano de escolaridade, após a leitura de livros recomendados. Assim foram distribuídos:
4ºano: A princesa e o pastor que deram origem à lenda da Lagoa das Sete Cidades;
5º e 6º anos: Romeu e Julieta, William Shakespeare; Julieta e Romeu, Nicola Cinquetti, Livros Horizonte;
7ºano: Tristão e Isolda, Joseph Bédier, Edinter;
8ºano: O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá, Jorge Amado, Europa-América;
9ºano: Pedro e Inês.
No final da Semana da Leitura, foram divulgados os trabalhos vencedores:
  • 9ºano: o quadro de Ana Raquel e Sandra do 9ºA e o desenho de Ana e Andreia do 9ºC, ambos utilizados neste blogue, como página de abertura (o primeiro) e ilustração de documentos produzidos (o segundo).

  • 2ºciclo: Leonardo e João

  • 4ºano: escola EB1 de Santo António.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

ESTE BLOGUE FOI PREMIADO - 3º PRÉMIO

O PNL publicou, hoje, a lista dos nove blogues/sites premiados, três por cada escalão.
Dentro do escalão 3º ciclo, o nosso blogue ficou apenas em 3º lugar, mas, mesmo assim, estamos muito satisfeitos. Valeu pela pesquisa, pelo trabalho, pelos conhecimentos adquiridos, pelo que partilhámos. Aprendemos, também, uma lição que nos dará, certamente, maturidade: se tivéssemos ouvido mais os nossos professores talvez tivessemos chegado ao primeiro lugar. Ficámos à espera de novos desafios.
D.Pedro e Inês de Castro foram muito investigados ao longo destes últimos meses. Repousem em paz!

quarta-feira, 29 de abril de 2009

MAIS UM POEMA DE AMOR

Não sabemos como nos escapou este poema! Durante as férias da Páscoa, fizemos mais umas pesquisas e encontrámo-lo... em francês. A azáfama das comemorações das invasões francesas já passou (participámos no sarau cultural tocando o Bolero de Ravel, em instrumental orff) e algumas actividades do Agrupamento podem ser vistas aqui.
Então, hoje à tarde, dois alunos do nosso grupo, a Sandra e o Luís, juntaram-se à professora de Língua Portuguesa e fizeram a tradução livre do poema encontrado.

Complainte de Pedro
Maintenant que vous me l'avez tuée
Pourquoi donc ai-je encor ma destinée?
Un règne, où elle ne règnera plus,
Des palais, qu'elle n'habitera plus
Un lit, où je ne la trouverai plus,
Une vie, qui ne la servira plus
Des jambes, qui vers elle n'iront plus,
Des bras aussi, qui ne l'étreindront plus,
Des mains qui ne la caresseront plus,
Des oreilles, qui ne l'entendront plus
Des yeux, qui ne la contempleront plus,
Des lèvres, qui ne l'embrasseront plus
Un corps, qui ne la possèdera plus
Un coeur, puisqu'il ne palpitera plus,
Une âme enfin, qui n'espèrera plus!


Marcel Dany, in http//www.triplov.com/letras/Pedro-Ines/Marcel-Dany/index.htm


Queixa de Pedro
Agora que ela me foi roubada
Porque continuo nesta estrada?
Um reino onde ela já não reina
Palácios onde ela já não passeia
Uma cama onde já não a descubro
Uma vida que já não a serve
Passos que ao seu encontro já não correm
Braços que já não a envolvem
Mãos que já não a afagam,
Ouvidos que já não a escutam,
Olhos que já não a contemplam,
Lábios que já não a beijam
Um corpo sem o seu corpo
Um coração que já não pulsa
Uma alma, enfim, que já não espera!

sexta-feira, 27 de março de 2009

DORMEM, AQUI, O SONO ETERNO...

É no Mosteiro de Alcobaça que D. Pedro e Inês de Castro dormem o sono eterno, em paz, nos túmulos que D. Pedro mandou construir após a subida ao trono. O Mosteiro pode ser visitado virtualmente, aqui.
Os alunos de 6ºano da nossa escola visitaram-no, no passado dia 21 de Março, e cederam-nos as fotos.


Escolhemos esta canção por se adaptar tão bem a todas as estórias de amor de fim trágico.

É, também, uma forma de se aprender francês com uma canção de amor, cuja tradução foi feita na aula de Francês da professora Marília Zita:

LES AMANTS
Edith Piaf e Charles Dumont

Quand les amants entendront cette chanson
C'est sûr, ma belle, c'est sûr qu'ils pleureront...

Ils écouteront
Les mots d'amour
Que tu disais
Ils entendront
Ta voix d'amour
Quand tu m'aimais
Quand tu croyais que tu m'aimais
Que je t'aimais, que l'on s'aimait...

Quand les amants entendront cette chanson
C'est sûr, ma belle, c'est sûr qu'ils pleureront...

J'entends toujours... j'entends ton rire
Quand quelquefois je te disais:
"Si un jour...
...tu ne m'aimais plus
Si un jour...
...on ne s'aimait plus..."
Tu répondais: "C'est impossible!"
Et tu riais... tu riais...
Eh bien, tu vois, tu n'aurais pas dû rire...

Quand les amants entendront cette chanson
C'est sûr, ma belle, c'est sûr qu'ils pleureront...

Ils écouteront
Les mots d'amour
Que tu disais
Ils entendront
Ta voix d'amour
Quand tu m'aimais
Quand tu croyais que tu m'aimais
Que je t'aimais, que l'on s'aimait...

Quand les amants entendront cette chanson
C'est sûr, ma belle, c'est sûr qu'ils pleureront...

in, http://vagalume.uol.com.br/edith-piaf/les-amants.html

TRADUÇÃO

Quando os amantes ouvirem esta canção

É certo, minha amada que eles chorarão.

Eles ouvirão

As palavras de amor

Que tu dizias

Eles ouvirão

A tua voz apaixonada

Quando tu me amavas

Quando acreditavas que me amavas

Que eu te amava, que nós nos amávamos.

Ainda ouço... ouço o teu riso

Quando por vezes te dizia:

"Se um dia...

... deixares de me amar

Se um dia...

... Não nos amarmos mais"

Tu respondias: "É impossível"

E tu rias... rias...

Vês, não o deverias ter feito.

QUESTIONÁRIO DE ESCOLHA MÚLTIPLA - QUIZ

Agora que acabámos de publicar o trabalho realizado até aqui, queremos testar os conhecimentos que os nossos leitores adquiriram através deste jogo que o Luís Paulo criou. BOA SORTE!

JOGO PARES AMOROSOS

O casal Pedro e Inês não foi o único par amoroso cuja história de amor proibido terminou em tragédia. Uns mais conhecidos, outros menos, houve muitos na Literatura, na Mitologia, no Cinema. Para testar a cultura geral dos nossos leitores, o Luís Paulo fez este jogo. Boa sorte!

CURIOSIDADES 4

Vinho Pedro e Inês

Marca “Pedro e Inês” pode aplicar-se a mais produtos alimentares portugueses.
"O vinho Pedro e Inês é produzido no Dão e foi engarrafado somente nos anos de 2001, 2003 e 2004" quando existiu "a certeza de qualidade", explicou José Miguel Júdice, ex-bastonário da Ordem dos Advogados. Por seu turno, os licores abaciais só agora começaram a ser comercializados num projecto de empresários da cidade de Alcobaça que contam com o apoio da direcção do mosteiro local, onde estão sepultados os corpos dos dois amantes. "É muito pouco para uma coisa tão importante", admite José Miguel Júdice. José Miguel Júdice, detentor da marca Inês de Castro, revelou estar disponível a cedê-la para produtos de qualidade e que possam potenciar aquela história verídica."
in: http://www.mundoportugues.org/content/1/686/marca-pedro-ines-pode-aplicarse-mais-produtos-alimentares-portugueses/
Pedro & Inês
Produtor: DÃO SUL
Região: Dão
Tipo: tinto
Ano: 2005
Preço: €25,00
Nota: 16,5 valores
Aroma muito fino e elegante, com um recorte mentolado e floral, fresco e atractivo na conjugação com a baunilha da madeira.
in, http://www.revistadevinhos.iol.pt/prova647-Pedro__In%C3%AAs-2005-tinto_

CURIOSIDADES 3


O festival de chocolate de Óbidos decorreu de 5 a 15 de Março de 2009 e incluiu uma exposição de esculturas subordinada ao tema do amor e dos pares amorosos. Pedro e Inês não podiam faltar e os seus escultores são Perfect Jordan, Nuno Alexandre e Guilherme Silva.

quinta-feira, 26 de março de 2009

CURIOSIDADES 2

"Pedro e Inês" é nome de ponte pedonal em Coimbra
Video promocional:


CURIOSIDADES 1

Túmulos de Pedro e Inês foram violados pelos exércitos de Napoleão

Quadro de Francisco de Goya, pintor espanhol

Há duzentos anos, as tropas francesas enviadas de Napoleão Bonaparte invadiram Portugal por três vezes. A primeira invasão, comandada por Junot, ocorreu em Novembro de 1807. A segunda, comandada pelo general Soult, deu-se em Março de 1809 e deixou fortes marcas de violência e destruição na nossa pacata povoação, Arrifana, num episódio que ficou conhecido com o nome "Quintados". Goya viveu esta violência em Espanha, seu país Natal, mas poderia ter-se inspirado no episódio arrifanense. Em Junho de 1810, foi Massena que invadiu Portugal, numa terceira e última tentativa de conquistar o país e obrigá-lo a obedecer ao imperador francês. Portugal ficou destruído e na mais completa miséria pois as tropas pilharam, mataram e incendiaram tudo por onde passaram.

Alcobaça também sofreu a violência das tropas napoleónicas. Nem os túmulos de D. Pedro e D. Inês, duas magníficas obras de arquitectura, escaparam. Foram arrombados e o espólio mortuário deste famoso par amoroso foi saqueado.

in, http://www.anp.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=79&Itemid=1

BALADA PARA D. INÊS

Há alguns anos, quando existiu o Quarteto 1111, Inês de Castro foi homenageada com uma balada por este grupo que teve José Cid como vocalista. Esta canção foi apresentada no Festival da Canção RTP, em 1968, com o número 6.






Chegou das terras de Espanha
Nobre dama de Castela
Na corte de Portugal
Diziam ser a mais bela
Seu nome ficou na história
Como símbolo do amor
Não mais tiveram perdão
Aqueles que a mataram

Dona Inês

Seus longos cabelos de ouro
E olhos azuis, mas morta
Sentada em trono real
Todos lhe beijam a mão
Seu nome ficou então
Como símbolo do amor
E um poeta trovador
A sua morte cantou

Dona Inês


Intérprete: José Cid
Música e letra: José Cid
Direcção de Orquetra: Joaquim Luís Gomes
in, http://festival1968.no.sapo.pt/#jose

CANÇÃO PEDRO E INÊS

Depois de muitos ensaios com a professora de Educação Musical, Clarinda Perestrelo, e da preciosa ajuda do nosso colega do 8ºA, José Pedro Amorim, que se juntou ao grupo para tocar flauta, a canção "Pedro e Inês" ficou pronta. O filme foi produzido pelo professor Mesquita.
Esta canção foi retirada do CD que acompanha o livro D. Pedro I, o Justiceiro, da colecção "Era uma vez um rei...", publicada pelo Expresso. Este livro, nitidamente dirigido aos mais jovens leitores, articula História e Literatura para que eles aprendam o nosso passado fazendo uma festa.

PEDRO E INÊS NA MÚSICA




O romance de D. Pedro e Inês de Castro originou várias óperas de compositores italianos, entre eles Niccolo Zingarelli (de quem se pode ouvir o "Quarteto Pedro e Inês", no youtube) e uma do português Ruy Coelho que, infelizmente, não conseguimos encontrar.

PEDRO E INÊS NAS ARTES PLÁSTICAS

O romance de Pedro e Inês fez brotar a inspiração de pintores e escultores. Quadros, ilustrações, estátuas e os próprios túmulos do casal são verdadeiras obras de arte, um prazer para a vista que faz bem à alma.

Fontes:

Saraiva, José Hermano - Imagens da História de Portugal. Lisboa: Publicações Alfa

Machado, José e Morais, Mário - Vida e obra de Luís de Camões: biblioteca multimédia. Porto: Porto Editora, 1999

http://pt.wikipedia.org/wiki/In%C3%AAs_de_Castro

http://www.vidaslusofonas.pt/inesdecastro.htm

PEDRO E INÊS NO PALCO E NO ECRÃ

O romance de Pedro e Inês também inspirou coreógrafos, guionistas e realizadores.

PEDRO E INÊS NA POESIA - DECLAMAÇÃO

Compilámos numa Antologia Poética todos os poemas sobre Pedro e Inês que encontrámos, e foram muitos. Escolhemos alguns e fomos declamá-los no recreio da escola, num fantástico dia de sol. O filme é do professor Mesquita, o nosso realizador.

PEDRO E INÊS NA POESIA - POEMAS COLAGEM

Os poetas, eterna fonte de inspiração!
Corta ali, cola aqui, eis os versos retirados dos vários poemas sobre Pedro e Inês. Os poemas foram lidos na aula de Língua Portuguesa, cortados, misturados e colados. O resultado do trabalho, elaborado em grupo, foi este.






















PEDRO E INÊS NA POESIA - ACRÓSTICOS




O par amoroso nacional é fonte de inspiração que não esgota!

PEDRO E INÊS NA POESIA - ANTOLOGIA POÉTICA

De poeta em poeta, do século XVI ao século XXI, o mito de Inês expandiu-se.



Recolha feita por João Xavier e Adriana (Comunidade de Leitores)

PEDRO E INÊS: DOS FACTOS À FICÇÃO

O romance de D. Pedro e Inês de Castro, narrado por historiadores, inspirou romancistas, poetas e dramaturgos. E os livros surgiram. De História e de estórias. De poemas e de peças de teatro.

Alguns dos livros indicados no documento em PPT pertencem à nossa BE/CR, outros foram requisitados na Biblioteca Municipal. Encontrámos outros fazendo pesquisa na Internet, sobretudo na livraria virtual Wook: http://www.wook.pt/

Pesquisa feita por Daniela e Juliana (Comunidade de Leitores)

FOTONOVELA


Recriação do romance de Pedro e Inês, numa espécie de fotonovela, por Inês e Mónica (Comunidade de Leitores)

Início da estória: profª Ana Paula Oliveira

Fonte: REIS, A. do Carmo - 10 contos da nossa História. 1ªed., Porto: Campo das Letras, 2001

ONDE TUDO ACONTECEU...

A actual Quinta das Lágrimas, em Coimbra, foi a testemunha deste grande amor que Luís de Camões tão bem "cantou" no Canto III da sua epopeia, Os Lusíadas. O filme é da autoria da Sandra, Ana Raquel e Inês e delas são as vozes.




A nossa professora de Língua Portuguesa apresentou-nos, na aula, a estrutura de Os Lusíadas, num documento em power point, da sua autoria. Decidimos publicar os diapositivos relativos a este episódio. Esperemos que este trabalho possa ajudar outros estudantes como nos ajudou a nós.

120
«Estavas, linda Inês, posta em sossego,
De teus anos colhendo doce fruito,
Naquele engano da alma, ledo e cego,
Que a Fortuna não deixa durar muito,
Nos saudosos campos do Mondego,
De teus fermosos olhos nunca enxuito,
Aos montes insinando e às ervinhas
O nome que no peito escrito tinhas.

121
«Do teu Príncipe ali te respondiam
As lembranças que na alma lhe moravam,
Que sempre ante seus olhos te traziam,
Quando dos teus fermosos se apartavam;
De noite, em doces sonhos que mentiam,
De dia, em pensamentos que voavam;
E quanto, enfim, cuidava e quanto via
Eram tudo memórias de alegria.

122
«De outras belas senhoras e Princesas
Os desejados tálamos enjeita,
Que tudo, enfim, tu, puro amor, desprezas,
Quando um gesto suave te sujeita.
Vendo estas namoradas estranhezas,
O velho pai sesudo, que respeita
O murmurar do povo e a fantasia
Do filho, que casar-se não queria,

123
«Tirar Inês ao mundo determina,
Por lhe tirar o filho que tem preso,
Crendo co sangue só da morte indina
Matar do firme amor o fogo aceso.
Que furor consentiu que a espada fina,
Que pôde sustentar o grande peso
Do furor Mauro, fosse alevantada
Contra hüa fraca dama delicada?

124
«Traziam-na os horríficos algozes
Ante o Rei, já movido a piedade;
Mas o povo, com falsas e ferozes
Razões, à morte crua o persuade.
Ela, com tristes e piedosas vozes,
Saídas só da mágoa e saudade
Do seu Príncipe e filhos, que deixava,
Que mais que a própria morte a magoava,

125
«Pera o céu cristalino alevantando,
Com lágrimas, os olhos piedosos
(Os olhos, porque as mãos lhe estava atando
Um dos duros ministros rigorosos);
E despois, nos mininos atentando,
Que tão queridos tinha e tão mimosos,
Cuja orfindade como mãe temia,
Pera o avô cruel assi dizia:

126
"Se já nas brutas feras, cuja mente
Natura fez cruel de nascimento,
E nas aves agrestes, que somente
Nas rapinas aéreas têm o intento,
Com pequenas crianças viu a gente
Terem tão piadoso sentimento
Como co a mãe de Nino já mostraram,
E cos irmãos que Roma edificaram:

127
"Ó tu, que tens de humano o gesto e o peito
(Se de humano é matar hüa donzela,
Fraca e sem força, só por ter sujeito
O coração a quem soube vencê-la),
A estas criancinhas tem respeito,
Pois o não tens à morte escura dela;
Mova-te a piedade sua e minha,
Pois te não move a culpa que não tinha.

128
"E se, vencendo a Maura resistência,
A morte sabes dar com fogo e ferro,
Sabe também dar vida, com clemência,
A quem pera perdê-la não fez erro.
Mas, se to assi merece esta inocência,
Põe-me em perpétuo e mísero desterro,
Na Cítia fria ou lá na Líbia ardente,
Onde em lágrimas viva eternamente.

129
"Põe-me onde se use toda a feridade,
Entre leões e tigres, e verei
Se neles achar posso a piedade
Que entre peitos humanos não achei.
Ali, co amor intrínseco e vontade
Naquele por quem mouro, criarei
Estas relíquias suas que aqui viste,
Que refrigério sejam da mãe triste."

130
«Queria perdoar-lhe o Rei benino,
Movido das palavras que o magoam;
Mas o pertinaz povo e seu destino
(Que desta sorte o quis) lhe não perdoam.
Arrancam das espadas de aço fino
Os que por bom tal feito ali apregoam.
Contra hüa dama, ó peitos carniceiros,
Feros vos amostrais e cavaleiros?

131
«Qual contra a linda moça Policena,
Consolação extrema da mãe velha,
Porque a sombra de Aquiles a condena,
Co ferro o duro Pirro se aparelha;
Mas ela, os olhos, com que o ar serena
(Bem como paciente e mansa ovelha),
Na mísera mãe postos, que endoudece,
Ao duro sacrifício se oferece:

132
«Tais contra Inês os brutos matadores,
No colo de alabastro, que sustinha
As obras com que Amor matou de amores
Aquele que despois a fez Rainha,
As espadas banhando e as brancas flores,
Que ela dos olhos seus regadas tinha,
Se encarniçavam, férvidos e irosos,
No futuro castigo não cuidosos.

133
«Bem puderas, ó Sol, da vista destes,
Teus raios apartar aquele dia,
Como da seva mesa de Tiestes,
Quando os filhos por mão de Atreu comia!
Vós, ó côncavos vales, que pudestes
A voz extrema ouvir da boca fria,
O nome do seu Pedro, que lhe ouvistes,
Por muito grande espaço repetistes.

134
«Assi como a bonina, que cortada
Antes do tempo foi, cândida e bela,
Sendo das mãos lacivas maltratada
Da minina que a trouxe na capela,
O cheiro traz perdido e a cor murchada:
Tal está, morta, a pálida donzela,
Secas do rosto as rosas e perdida
A branca e viva cor, co a doce vida.

135
«As filhas do Mondego a morte escura
Longo tempo chorando memoraram,
E, por memória eterna, em fonte pura
As lágrimas choradas transformaram.
O nome lhe puseram, que inda dura,
Dos amores de Inês, que ali passaram.
Vede que fresca fonte rega as flores,
Que lágrimas são a água e o nome Amores.






ÁRVORE GENEALÓGICA DE D. PEDRO

(Clicar na imagem para aumentar.)
Pesquisa e elaboração da árvore genealógica: Vera Sofia e Samuel Pinho (Comunidade de Leitores)
Fontes:
Letra, Carlos – História cronológica do meu Portugal. 1ª ed., Vila Nova de Gaia: Gailivro, 1994
Oom, Ana – Inês de Castro. Lisboa: Zero a Oito, 2007
Saraiva, José Hermano (dir.) – História de Portugal. Lisboa: Publicações Alfa, 1984
Vasconcelos, António de – Biografias da História de Portugal: Inês de Castro. Matosinhos: Quidnovi, 2004

CRONOLOGIA - de 1320 a 1367




Pesquisa e redacção: Vera Sofia e Samuel Pinho (Comunidade de Leitores)
Fundo da página: desenho de Ana e Andreia, 9ºC

Fontes:

http://www.vidaslusofonas.pt/inesdecastro.htm

Mattoso, José (dir.) - História de Portugal: segundo volume. Lisboa: Círculo de Leitores, 1993

Oom, Ana – Inês de Castro. Lisboa: Zero a Oito, 2007

Rodrigues, António Simões (coord.) - Hitória de Portugal em datas. Lisboa: Círculo de Leitores, 1994

Saraiva, José Hermano (dir.) – História de Portugal. Lisboa: Publicações Alfa, 1984

Vasconcelos, António de – Biografias da História de Portugal: Inês de Castro. Matosinhos: Quidnovi, 2004

APRESENTAÇÃO

Somos um grupo de 13 alunos do 9ºA e fazemos parte da Comunidade de Leitores da Escola EB 2,3 de Arrifana, dinamizada pela nossa professora de Língua Portuguesa e coordenadora da BE/CR. Alguns de nós já fazem parte deste grupo desde o 6ºano, outros aderiram este ano lectivo. Gostamos de ler, de participar em recitais de poesia e de partilhar as nossas leituras, nas aulas.
Aceitámos o desafio do PNL e, durante muito tempo, dedicámo-nos à pesquisa e à elaboração de documentos que, hoje, começamos a publicar, como forma de divulgar, ainda mais, o romance de Pedro e Inês.
A imagem de abertura do blogue é da autoria da Ana Raquel, que fez pintura sobre tela, e da Sandra que colaborou na colagem do par amoroso. Esperamos melhorar os conteúdos deste blogue a partir das sugestões e dos comentários que os nossos visitantes deixem ficar.

Comunidade de Leitores

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